segunda-feira, 18 de julho de 2011

O Tempo para nosso coração! (revisado)

Às vezes gosto de escrever de improviso.
Somente levado pela emoção do momento.




Norteado pela inspiração e sem me preocupar muito com formato.
Sem atentar se vou escrever uma poesia, uma crônica, etc...simplesmente me solto, e vou escrevendo livremente!



É um gostoso exercício criativo que me permito e me entrego.
Estava postando no Facebook alguns textos de vários autores diversos como Mário Quintana, Friedrich Nietzsche, William Shakespeare, etc...num grupo chamado "Leituras para o Coração", e percebi que incidentalmente, algo dentro de mim me direcionou a procurar textos que falasse de alguma forma sobre o tempo.
Sobre a forma que encaramos o tempo.
Sobre a noção que temos do tempo.
Postei até um vídeo de uma canção que entendo ser muito especial e significa muito para mim do Renato Russo e sua Legião Urbana, chamada Tempo Perdido.
Sua primeira estrofe é demais:



" Todos os dias quando acordo

Não tenho mais
O tempo que passou
Mas tenho muito tempo
Temos todo o tempo do mundo... " 




De repente, diretamente no próprio espaço destinado a enviar mensagens no Facebook, escrevi este texto logo abaixo.
Senti vontade e escrevi de primeira, sem rascunho.
A única modificação do texto original que escrevi direto e já publiquei no espaço destinado para cá, foi o título que tinha usado como simplesmente "O Tempo", mas aqui, resolvi mudar para "O 
Tempo para o nosso coração.




Aí resolvi trazer o texto para cá, para meu Blog e dar uma nova dimensão, cores, nova vida a ele.
Quem não participa desse grupo e não leu o texto, aí está!
Espero sinceramente, que o tempo atue a nosso favor, e você consiga ler o texto!


Com calma!
Com tempo!
Devagar!
Com prazer!
Sem pressa!
Na paz!
Com o coração!

O Tempo para o nosso coração!


Ah o tempo, esse desconhecido!
Às vezes o amo
Às vezes o temo
Às vezes chego mesmo a me irritar com o tempo.
Ele nos confunde.


Pois na ansiedade de aproveitá-lo o máximo possível, é quando não vejo passar o tempo...e quando percebo, o tempo se foi!


Aí comecei a prestar atenção no tempo.
Me falaram que as coisas ruins passam devagar e as coisas boas passam rápido.
Ai cheguei à conclusão que isso é um engano tremendo e posso provar que a nossa noção de tempo, depende da nossas sensações, da nossa atenção e de onde nossa mente está focalizada.


Sabe aquele momento que você encontra uma pessoa muito especial e querida ?
Uma pessoa que você ama não com só com seu coração, com seu corpo, mas com a alma?
E saudoso a encontra?
E nesse encontro acontece aquele abraço?
Aquela fusão de almas gêmeas, uma simbiose de almas?


Aquele abraço apertado, acalentador, protetor, amoroso, saudoso...de modo que parece que sentirá o pulsar do coração da outra pessoa (na verdade a gente tem até a certeza que o outro vai sentir nosso coração batendo forte e rápido).
Esse é aquele momento rápido, prazeroso...mas que parece que o tempo não andou rápido!


Ou então, aquele primeiro beijo!
Ah, o primeiro beijo!
Tão esperado, desejado!


Depois de semanas, talvez meses de flertes, conversas e rodeios.


Depois de que duas almas tem a absoluta certeza que se querem , partem para aquele nervoso, inseguro, atabalhoado, desejado e delicioso beijo!

Onde nada mais importa!
Onde nada mais existe!
Onde quase que os corações pararam!
Aí sim, o mundo parou!


Até o tempo, esse desconhecido, parou!




Mauricio "Veeresh Das" Franchi

domingo, 3 de julho de 2011

Bom dia, por que? (revisado)


Já te aconteceu alguma vez de dizer bom dia, de cumprimentar alguém pela manhã de forma alegre e essa pessoa responde de forma ríspida, mal humorada, arrogante até:
"Bom dia por que? Só se for para você!!!"
Já te aconteceu isso?
Ou presenciou isso acontecer com alguém?
Pois é...isso aconteceu comigo!
Estou compartilhando esta experiência, nessa crônica, que dei o nome de:


Bom dia, por quê??

Era um dia simples, comum, como outro qualquer, eu cheguei ao meu serviço logo cedo.
Era uma segunda-feira e me lembro de estar frio. Bem frio.
Na realidade o céu estava bem cinzento e chuvoso.


E particularmente naquele dia, peguei provavelmente o maior congestionamento que eu já tinha visto na minha vida para chegar ao meu destino.


Eu estava cansado.
Fisicamente e emocionalmente.
Fisicamente porque havia trabalhado no domingo.


Espiritualmente e emocionalmente porque um colega de serviço, um jovem de aproximadamente 24 anos que acabara de ser pai pela primeira vez, saindo do serviço sofreu um acidente fatal de motocicleta, causado por um motorista embriagado que cruzou o farol vermelho imprudentemente.


Pelo meu cargo e função, coube a mim a responsabilidade de adotar uma série de providências em virtude do acidente.
Providências com Boletim de Ocorrência, IML, liberação do corpo, velório, etc, etc, enfim, todas as providências administrativas necessárias nessa hora, para ajudar a família.


Mais ainda, eu também fui até a residência do moço.
A pior coisa do mundo é dar uma notícia dessas.
Não queiram passar por uma experiência dessas.
É doloroso, triste demais!
Não sei o que foi pior, contar para a esposa dele que tinha vindo o dia anterior da Maternidade (como falei anteriormente, acabara de dar à luz de seu primeiro filho) ou para a mãe dele que morava no mesmo quintal, que ela perdera seu filho num acidente estúpido.


Então, como disse, meu domingo foi intenso, carregado.
Até adotar todas as providências, dar todo apoio necessário à família até que o velório em si começasse a ocorrer, o domingo todo se foi.
Saí do cemitério por volta de duas da manhã, já da segunda-feira na realidade, tomei um banho e desmaiei de cansaço, de sono! Extenuado.
Iria chegar cedo ao meu serviço, fazer um relatório verbal ao meu superior do ocorrido no final de semana, sobre o acidente, para seguir para o restante da cerimônia fúnebre.


Até aqui contei tudo isso, para imaginarem que nessa segunda-feira pela manhã, chuvosa, fria, com todos estes acontecimentos, eu teria teoricamente motivos para estar bastante aborrecido e mal humorado.
Mas não estava.
Estava cansado, sim! Com certeza!
Fisicamente e emocionalmente pela carga toda do evento!
Mas estava em paz comigo, pois eu tinha feito o meu melhor naquela situação.
Tinha atuado no sentido de proporcionar àquela humilde família que estava sem dúvida abaladíssima o mínimo suporte e apoio naquele momento tão difícil.
E estava agradecido ao Deus do meu coração, ao Deus da minha compreensão por eu ter acordado vivo e com saúde mais um dia, e ter podido cumprir minha missão, e também por apesar do cansaço, estar motivado, animado, bem humorado.
Eu até vinha ouvindo música no carro.
Concentrado, me lembro que vinha ouvindo músicas calmas, de relaxamento, colaborando com meu momento de paz.
Eu estava em paz.


Chegando então, encontrei um colega de trabalho (não era meu chefe direto, mas tinha um cargo superior ao meu) e desejei a ele um sorridente “Bom dia!”, naquela segunda-feira peculiar.
O meu melhor bom dia!
Pois também era uma forma de eu também emanar energias positivas e me reenergizar, me reavivar, me reanimar, naquele momento!


Para minha surpresa, a resposta dele mal humorada, ríspida, grosseira, foi como um soco no meu estômago, quase me levando a nocaute: “Bom dia porque?!?!?
Quem disse que é um bom dia? Só se for para você!!!!”


Eu juro que por uns segundos, fiquei tonto, zonzo!
Tinha sido golpeado à traição! (eu me sentia assim!)
Sou humano, e confesso que senti um fogo dentro de mim.
Ardia uma fúria que me impulsionava para dar uma resposta tão ou mais violenta que a que recebi.
Mas não o fiz.
Respirei.
Tomei fôlego e inspiração!
E sem alterar minha voz, sem demonstrar emoção nenhuma (nem sarcasmo, nada!).
Disse a ele:
“- Eu não estava dizendo que o seu dia estava bom, mesmo porque quem sou eu para saber como ele está. Mas EU estou desejando que o senhor tenha um excelente dia! Esse é meu desejo! Afinal de contas, temos tudo para ser, pois estamos vivos, não é? E não sabemos o dia de amanhã! Então o dia de hoje, eu desejo que seja maravilhoso ao senhor!'


Ele ficou parado por uns segundos me olhando com uma cara de vitrine, meio sem entender, fechou a cara e saiu.
Eu acho que ele não entendeu nada do que aconteceu ali.
Acho, não!
Tenho certeza!


Eu pensei comigo: “Ele não está irritado comigo!
Ele está irritado com ele mesmo! Com a vida dele!
E eu não tenho responsabilidade pelos sentimentos dele.
Nem com os bons, nem os ruins.”
E mais ainda, pensei: felicidade é uma questão mesmo de escolha!
Eu também tinha motivos teoricamente como narrei no começo, para estar mal humorado naquela manhã, mas optei por outro caminho.


O caminho do humor, da paciência, da compaixão e do amor fraterno!
Não é fácil!
Confesso que a vontade que tive de mandar o cidadão às favas, foi enorme!
Mas eu teria perdido totalmente a razão!
E saí refletindo a respeito da felicidade!
No aqui e agora!
Em viver o máximo a cada segundo!
Em amar o máximo a cada segundo!
Cheguei mesmo à conclusão que escolhemos ser felizes.


Consegui entender aquela frase que diz que a dor é inevitável, mas o sofrimento é opcional.
Saber que podemos olhar um copo de água pela metade e optar em sentir e entender que o copo está meio cheio. E que isso faz sim a diferença!
A diferença entre escolher ser feliz ou choramingar diante de algum obstáculo!
E dessa experiência toda, saí com mais uma certeza; e que por incrível que pareça, foi através da música que recebi essa mensagem!
Ao final desse mesmo dia, quando me sentei ao carro para voltar para casa, naquele breve momento antes de ligar o carro, onde você está meio que em prece, meio que refletindo sobre seu dia todo, tive uma intuição eu liguei o rádio.
Começou então a tocar uma música que para mim foi um sinal ao final daquele dia que me ensinou muito.
Foi como se o Universo quisesse me passar uma mensagem através da música!
Foi assim que me senti, pois naquele momento, a letra da música me tocou profundamente!
Nessa música o poeta Renato Russo nos deixa uma bela mensagem de amor e vida, na música "Pais e Filhos":


“É preciso amar as pessoas
Como se não houvesse amanhã
Porque se você parar pra pensar
Na verdade não há.”


Vida é o nosso maior presente!
Nosso maior dom!
Não merece ser desperdiçada!
E a felicidade prolonga a vida!
E felicidade, é questão de escolha!
Uma escolha a ser feita por nós mesmos!
Namastê!

Mauricio "Veeresh Das" Franchi