segunda-feira, 30 de setembro de 2019

Carta de um filho ao seu pai



Pai...
Quero dizer, querido Pai! (assim é melhor!)
Não, não...
Amado Pai!
Enfim, (são tantas emoções agora, que nem sei como começar essa carta...) mas vamos lá!
(respirando profundamente e em seguida soltando um profundo suspiro)

Pai...

(Nossa, como é difícil começar a te escrever, Pai!)
Ainda bem que é por carta que estou te escrevendo... 
Na verdade resolvi escrever um e-mail!
Pessoalmente acredito seria muito mais difícil para mim! Talvez impossível! 
Afinal de contas, tive tantas oportunidades para falar contigo e desperdicei!
Sei lá... não imaginava que levava tão a sério a nossa relação!
Que se importava tanto comigo.
Ou com o que eu pensava...
Na verdade... eu nunca achei que você me considerava tanto!
Ou até que me amava!
Ou que me aceitava como sou!
Sempre achei que você exigia demais de mim!
Mas eu não entendia que era sua forma de me amar!
Eu achava que porque exigia muito, era porque não me considerava bom o suficiente para te agradar!
Eu não entendia... 
Não entendia que era para meu próprio bem!
Que era sua forma de me dar o seu melhor!
Me perdoa, pai... porque eu não entendia!
Na verdade, sempre te achei durão demais!
E tinha dificuldade para me aproximar!
Para conversar!
Tinha aquela coisa de autoridade! 
Era difícil para mim!
Me perdoa...
Me perdoa, porque eu tinha medo de você!
De não ser aceito!
De não ser bom o suficiente!
Puta merda, pai... porque a gente sempre tem essa necessidade de aprovação dos pais?
Por que é tão difícil?
E você trabalhava tanto... ficava tanto tempo fora de casa... 
Nossa comunicação foi se perdendo...
Me perdoa...
Eu não tinha maturidade para enxergar isso de forma ampla!
Confesso que por durante muito tempo tive mágoa de você!
Tive raiva!
Até te odiei!
Não queria saber de você!
Verdade, confesso!
Mas sabe... hoje sou pai!
E aos poucos começo a entender a roda viva da vida!
A entender um pouco mais sobre essa coisa de família, pais e filhos!
Lógico que meu filho é bem pequeno... a gente não tem conflitos!
Mas me pergunto...e quando ele crescer?
Como eu devo me comportar?
Caraca... agora que me dei conta que não há um manual para ajudar a gente a ser um pai perfeito para nosso filho!
E isso também me deu medo, insegurança!
Porque quero ser o melhor pai do mundo para ele!
Será que vou conseguir?
Pai...
Me perdoa... porque hoje, começo a perceber através do meu filho, do amor que tenho por ele, como devia ser o amor que sentia por mim!
Na verdade, eu sei, confesso que no fundo eu sei que tudo que sou de uma forma ou outra, eu devo a ti também!
E caramba, muitas vezes eu agia como você!
E não percebia!



Acho que por isso que tivemos embates...sou mais parecido com você do que eu imaginava!
Agora estou percebendo!
Saiba disso, pai... estou percebendo!
Que fez o seu melhor!
Que me amou!
E que sou o que sou, uma grande parte devido a seus esforços!
Hoje quando meu filho fica doente, começo a me lembrar quantas noites passou trabalhando enquanto eu dormia, para nos dar o sustento, educação, roupas, etc.
Que na verdade, nunca me faltou nada!
A não ser maturidade para enxergar melhor nossa relação!
Hoje estou começando a perceber o quanto de você tem em mim!
De seus gostos, de seu humor... tanta coisa!
Ah pai...eu queria te dizer tanta coisa...
Tanta coisa que não disse...
E ao mesmo tempo, tem tanta coisa que eu queria dizer e não importa mais... 
Na verdade, pai... eu queria você aqui!
Comigo!
Vibrando com minhas vitórias!
Curtindo seus netos!
Me apoiando nas minhas necessidades!
E celebrando a vida comigo!
Queria te dizer tanta coisa, pai!
E ao mesmo  tempo, não queria dizer nada!
Queria te abraçar!
Na verdade, eu queria seu abraço!
Seu colo!
Sua aprovação!
Mas agora que você se foi... não posso mais te abraçar...
Te beijar...
Receber seu abraço...
Dar risada contigo...
Nem brigar, discordar... nada!
Você não está mais aqui nesse plano!
E eu não me despedi de você...
Minha ignorância, arrogância, soberba... me impediram!
Será que me perdoa, pai!?!
Ah pai...como eu queria você por mais um dia... para limpar nosso passado!
Claro, limpar as coisas negativas, os embates, os desacordos!
E rir...
Ouvir música...
Como eu faço agora, pai... que você se foi de forma inesperada?
O que faço para tirar essa tristeza de mim!
Essa sensação de derrota?
Esse arrependimento?
Pai... me perdoa!
Estou sofrendo pai...
Pois só agora me dei conta...
E saiba, pai...sou grato a ti! De verdade!
Por tudo que fez!
E por tudo que não fez!
Pois hoje sou o que sou... e isso tem grande influência sua em mim!
Hoje eu sei!
Quem sabe você de onde está leia essa carta!
Eu sempre fui pragmático, racional e nunca acreditei em espiritualidade, vida após a morte e em todas as coisas que você acreditava... que eu achava baboseiras...
Mas, e se eu estiver errado?
E se você puder ver, ler...ou me ouvir daí?
Se puder, pai...
Sinto muito, pai!
Me perdoe, pai!
Te amo, pai!
Sou grato a ti, pai!
Do seu filho... que hoje te entende melhor!
E te aceita!
Porque você era meu pai!
O melhor pai que eu podia ter...
Até qualquer hora, pai!

* Nota do Autor - Essa é uma obra artística! 
De ficção! Ou não!
Não foi inspirada em uma situação específica ou particular! 
Mas inspirada na experiência da vida! 
Em muitas situações!
Teve inspiração na Gestalt e Constelação Familiar!
Podia ser uma carta para uma mãe, um irmão ou irmã, um amigo amado, querido... serve para várias situações!
Foi inspirado nas perdas! Nos afastamentos! 
E o reflexo dessas perdas na gente!
Que faz a gente valorizar (coisas, pessoas, situações, relacionamentos, etc) somente quando perde! 
Aí pode ser tarde demais!
Por isso, já dizia o poeta: "
"É preciso amar as pessoas
Como se não houvesse amanhã
Porque se você parar pra pensar
Na verdade não há"
...
"Você me diz que seus pais não entendem
Mas você não entende seus pais"

"Você culpa seus pais por tudo, isso é absurdo
São crianças como você
O que você vai ser
Quando você crescer?"







Somos iguais? Diferentes?


Segundo estudos de cientistas do mundo todo, inclusive ganhadores de Prêmio Nobel, especialistas em genética humana, analisando pessoas de todos os países, continentes, raças e biotipos (e claro de diferentes camadas sociais, religiosas, sexuais, culturais, etc.) ou seja, entre aproximadamente 7,2 bilhões de pessoas no planeta terra, chegou-se à conclusão que somos 99% idênticos se compararmos o DNA.


Ou seja...somos todos iguais praticamente sob o aspecto biológico!

O que então nos dá sensação de sermos diferentes?

Ou melhores ou piores?

Sem dúvida a arrogância, soberba, empáfia e o ego!

Isso que nos difere!

Ou melhor, nos dá a sensação de que as pessoas no planeta são diferentes!

Podemos dizer até, que não existem raças como branco, negro, índio (vermelho), e orientais (amarelos) como aprendemos na escola!

Existe só uma raça: A RAÇA HUMANA!

O resto, a sensação de distância, diferença são somente ideias, conceitos e crenças!


Enquanto não entendermos isso, não internalizarmos... a sensação de diferença e distância entre pessoas permanecerá!

E nós, seres humanos, muitas vezes temos medo do diferente!

Rejeitamos, implicamos, julgamos, criticamos, odiamos, e rechaçamos as diferenças! (que como expliquei, são mínimas entre humanos...cerca de 1% ou menos em termos de DNA)

E esse medo gera distância!

Num segundo momento gera a intolerância!

E a intolerância gera violência!

Todo tipo de violência (moral, emocional, sexual, física, etc).

E a violência acabará com essa raça humana no planeta!

Não aceitando que somos praticamente iguais, que praticamente não há diferenças biológicas, a raça humana está se condenando à extinção no planeta!

Qual o caminho?
Aceitarmos que somos iguais!

Nem melhores!

Nem piores!

Mas iguais!


E através disso entender que somos merecedores do nosso amor próprio, da nossa estima! Justamente porque não somos piores que ninguém!

Nos amando, nos aceitando, nos perdoando, nos respeitando, vamos nos colocando em posição de paz e harmonia conosco!

Aí, num segundo momento, posso amar meu irmão, meu igual!


Ter compaixão, entender, compreender...porque todos igualmente temos lados bons e lados maus! (emocionalmente falando... de conduta, de temperamento e personalidades diversas!).

Se faz necessário essa volta para si!

Primeiro para o auto conhecimento!

Em segundo, para reconhecer o outro ser humano, que é praticamente igual a você!

Então através desse despertador do amor fraternal, reconhecendo o outro como igual, diminuirá as distâncias, os estranhamentos, a intolerância, a arrogância, o julgamento, as disputas do ego... podendo então imperar a paz e harmonia!

Mas como fazer isso com todos?
Começa conosco!
Buscando esse auto conhecimento!
Esse auto reconhecimento de nós mesmos!
Esse auto amor!
Auto respeito!
Auto acolhimento!
Para fazer a diferença!
Ou seja, fazendo nossa parte!


Como dizia Mahatma Gandhi: "Temos de nos tornar na mudança que queremos ver."

Depende então de nós?
Sim... a responsabilidade igualmente cabe a cada um de nós!

Que tal então, para mudar, embelezar o mundo, começarmos limpando nosso jardim? O jardim da vida??

Aceitando que todas as flores (pessoas) são igualmente lindas?
Aceita?

Afinal, será que precisamos perceber somente na morte que todos somos iguais?
E vamos para o mesmo lugar?


- Mauricio Veeresh Das -



quinta-feira, 5 de setembro de 2019

A " Lei do Espelho"


Dentre muitos estudos da psicologia e descobertas, uma das mais antigas é a chamada: Lei do Espelho!
O que é "A lei do espelho"?
Simplificando: o que vemos nos outros é na verdade nosso reflexo!
Coisas boas, coisas ruins... o que identificamos no outro, o que vemos no outro, o que sentimos no outro é reflexo do que está dentro da gente!
Então quando nós julgamos, criticamos, apontamos, nós estamos nos mostrando! Nos revelando!
E se nós vemos coisas boas, elogiamos, gostamos de aspectos de alguém, nos identificamos, admiramos...também é projeção!
Essa lei funciona para aspectos positivos e negativos!
Há uma frase de Sigmund Freud que fala sobre esse fenômeno humano: “Quando Pedro me fala sobre Paulo, sei mais de Pedro que de Paulo.”
No mundo psicanalítico, esse fenômeno é chamado projeção!
Projeções constituem pensamentos que são atribuídos aos outros, mas que, na verdade, são formulações nossas, das quais não gostamos ou as quais não aceitamos.
Isso na fase negativa!
Pois o que admiramos no outro, são aspectos positivos nossos que nos identificamos.
Logo, é mais fácil pensarmos que o outro pensa e faz algo pouco correto ou ético, do que admitirmos que nós mesmos estamos preenchidos com aquele pensamento, desejo ou comportamento em si. Ou seja, quando o comportamento aparece no outro, nós nos permitimos falar sobre ele e criticá-lo, muitas vezes até ferozmente.
E exibimos uma empáfia, uma arrogância, pois posamos de superiores àqueles que criticamos!
Mostrando uma atitude completamente carregada de hipocrisia!
Acusamos, apontamos, criticamos o que nós mesmos fazemos!
Podemos dentro desse aspecto enunciar leis que implicam e se misturam nesse fenômeno de projeção!
Tem a Lei da Atração, por exemplo!
Nós atraímos para nossa vida aquela pessoa... boa ou má... sua energia, crenças e sentimentos!
E para ter essa "atração", invocamos a Lei da Ação e Reação: o que nós pensamos, agimos e projetamos em nossa mente terá um reflexo de acordo!
Se plantamos cactus, não vamos colher rosas!
Se plantamos o bem, colheremos o bem!
Se emitimos alegria e sorrisos, a vida nos sorrirá!
Sabe aquela outra máxima: gentileza gera gentileza?
Mas observem paradoxo: se criticamos quem critica, somos exatamente iguais!
O que fazer então para quebrarmos esse círculo vicioso? Esse "looping" de críticas, acusações, mágoas, ressentimentos?
Como podemos mudar isso?
Somente através do amor!
Do perdão!
Do acolhimento!
E da compaixão!
Que possamos olhar as ações do outro sem julgar!
Sem criticar!
Crítica é uma manifestação de raiva, mágoa e ódio disfarçados!
Não existe essa de "crítica" construtiva!
Todas destroem, amassam, avassalam as pessoas!
De acordo com a estima da pessoa, uma crítica pode ser até mortal!
Como fazermos então?
Para mudarmos isso, devemos relembrar que não somos diferentes daquele que criticamos! Podemos até ser muito pior!
Que nos revelamos nessa crítica!
Há ainda outra Lei: "com o rigor que julga, será julgado!"
Quando formos julgados por algo, desejamos que seja ameno e compassivo? Ou com excesso de rigor?
Na verdade, tudo depende de nós!
Não somos vítimas!
E sim, podemos mudar!
Não podemos de repente mudar a nossa história do começo até aqui, mas sim, adotando uma nova postura, uma "ressinificação", uma nova consciência, podemos fazer um final diferente para nosso livro de vida!
Lembrar que crítica é algo agressivo sempre!
Violento!
E violência gera violência!
Que possamos olhar as pessoas sem crítica!
Sem julgamento!
Pois não há certo ou errado!
Existe "nosso" certo! E nosso "errado"!
A nossa visão ou concepção dos fatos!
Que pode combinar ou não com as pessoas!
Então, quando nos depararmos com fatos desagradáveis de pessoas para conosco, que possamos parar e refletir!
Meditar: por que aquilo nos magoa? Por que aquilo nos atinge? Por que aquilo nos aborrece?
Sem criticar, analisemos dentro de nós os motivos desse desconforto!
Fazendo essa prática, nós estaremos amadurecendo emocionalmente, adotando uma nova postura e adquirindo uma nova consciência!
Isso se chama também "auto-conhecimento"!
Busquemos em nós!
Tudo está em nós!
"Conhece-te a ti mesmo e conhecerás o universo e os deuses." - Atribuído a Sócrates, filósofo grego!
Que nos conheçamos melhor!
Assim podemos não mais criticar...julgar!
E amarmos simplesmente!
Amarmos, aceitarmos, acolhermos o que que cada um é!
Assim, amamos o que somos!
Assim é a Lei!
Amemos o próximo como a nós mesmos!
Pois se criticamos o próximo, criticamos a nós mesmos!
Vamos quebrar essa corrente?
- Mauricio "Veeresh Das" Franchi -