terça-feira, 31 de janeiro de 2012

O policial e a manicure (revisado)

Essa história retrata o que acontece quando julgamos pessoas ou situações sem informações.
Ou quando pré-julgamos, o que não deixa de ser preconceito!



Um policial tinha amizade com uma dona de um salão de corte de cabelo, e ali frequentemente comparecia para que ela lhe cortasse o cabelo.
E num determinado dia, como sempre fazia, lá foi cortar o cabelo no salão.
Ao entrar e cordialmente cumprimentar todos, ficou feliz pois o salão estava ligeiramente vazio, o que significava que ele seria logo atendido.
A dona fazia questão dela mesmo cortar o cabelo dele (ele também fazia questão disso) e logo o chamou.
Enquanto ela preparava para iniciar o corte, conversavam assuntos diversos, batiam papo de forma aleatória sobre vários assuntos, e como não podia deixar de ser, falavam sobre ocorrências policiais da região, do bairro, pois ela sabia da profissão dele.
Num dado momento, uma manicure que trabalhava no salão e estava atendendo uma moça, de repente se manifesta, falando bem alto, de modo que todos no salão ouvem.
Lógico que o policial também ouve.
Na realidade, todos percebem que ela falou para o policial ouvir:
- Sabe fulana (se dirigindo à moça que ela estava fazendo a unha), eu não gosto de policiais. Odeio! São "todos" safados! Não prestam! "Todos" ladrões!
O clima imediatamente ficara pesado.
As pessoas se entreolhavam!
Esperavam ( é lógico!) a reação do policial.
Ele não demonstrou reação nenhuma!
E calmamente falou com a dona do salão que cortava seu cabelo:
- Sabe, eu não gosto de manicures. São "todas" vagabundas! "Todas" prostitutas!
A manicure que tinha começado a coisa toda arregalou os olhos com a inesperada reação e quase engasgando falou, meio que se justificando:
- Mas eu não estou falando de você!
E o policial, impassível:
- Eu também não estou falando de você! Nem te conheço!
E a moça:
- Mas acontece que existem "muitos" policiais safados e ladrões!
E o policial:
- Pois é! E existem "muitas" manicures vagabundas e prostitutas!
E ela:
- Mas eu não estou falando de você, moço!
E ele:
- De forma alguma estou eu a me referir a você, moça!
E ela:
- Mas existem "alguns" policiais que não prestam!
E ele:
- Pois então, existem "algumas" manicures que são vagabundas e prostitutas.
E ela quase chorando já:
- Mas eu não estou falando de você moço!
O policial viu que a coisa não iria mais adiante.
Que aquele clima de tragicomédia estava irremediavelmente instalado.
Que as pessoas ali não sabiam se riam ou se choravam.
Então ele falou:
- Olha moça, vou te falar uma coisa! A pior coisa que pode haver é o pré-conceito! A idéia pré-concebida.
É uma covardia dizer que a primeira impressão é a que fica, pois isso pode ser mudado.
Em toda profissão existem bons e maus profissionais igualmente!
Sejam policiais, médicos, advogados, manicures, professores, etc.
Onde existem seres humanos, existem boas e más pessoas!
Pense nisso, querida!
Ela se desculpou imensamente por ter feito um julgamento precipitado e por ter se portado de modo inconveniente.
E como dizem na sabedoria popular, o mundo dá voltas!
E muito rápido!
Menos de um mês depois, não é que o policial está de serviço, recebe uma chamada via rádio para uma ocorrência de roubo em residência e ele parte para o atendimento.
Chegando no local, com quem ele se depara?
A casa que estava sendo assaltada era a da mãe da manicure.
Os policiais chegaram rapidamente, prenderam dois rapazes que tinha pulado o muro e iriam roubar a casa da mãe dela.
Quando ela viu o policial, ela confessou a ele que aquilo parecia um castigo pelo o que ela tinha falado.
O policial foi gentil e falou:
- Querida, Deus não quer nos castigar! Deus talvez quis te ensinar algo.
Desse dia em diante, virou uma grande amiga do policial.
Ela mesma conta essa história para todo mundo!
Ela virou uma imensa defensora dos bons policiais.
E com certeza evita julgar sem informações.
...
Sim, realmente é sério o assunto de julgarmos alguém ou algo.
Um palestrante me ensinou o valor de fazermos um julgamento correto.
E do quanto é difícil julgar.
Por isso que ouvimos tanto que não devemos julgar, ou pré-julgar, sob pena de errarmos feio.
Como na história acima, por exemplo!
Um palestrante pegou um quadro e mostrou a todos numa sala e disse:
- Que nota vocês dão para esse quadro? Qual o julgamento de vocês?
E as notas iam sendo dadas:
- Oito. Seis. Sete e meio. Cinco. Oito e meio.
Ninguém se atreveu a dar uma nota “DEZ” ao quadro!
O palestrante prosseguiu:
- Pois bem! E se eu dizer a vocês que esse mesmo quadro foi pintado por uma menina que teve uma doença grave e não tem pernas e braços.
E ela usa a boca para pegar o pincel e pintar esse quadro.
Que nota dariam então para o quadro agora?
As pessoas com mudança total de atitude, e efusivas pela nova informação davam as novas notas ao quadro:
- Dez! Onze! Mil! Dez Mil!
Ou seja, para julgarmos algo, devemos antes reumir o máximo de informações, sob pena de cometermos a maior das injustiças.
Mesmo que essa injustiça seja um julgamento errôneo, uma opinião errada!

Mauricio Franchi - Veeresh Das

“Fazer julgamento baseado em aparência, fofoca e notícia de jornal é muita burrice”
- Jajazito -

"A maior injustiça é um julgamento precipitado, pois nele o justo paga pelo pecador."
- Luan Bellatore -

3 comentários:

  1. Ninguém está livre de um pré-conceito. . .
    Nem mesmo um policial.
    Situações como injustiças sociais e na maioria das vezes a falta de informação pode levar o ser humano a comenter este de generalização.
    Val

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  2. Adoro essa história! hehehehe Saudades querido! <3

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  3. Adorei o texto, mas esse preconceito contra policiais é de uma parte que eu acho pequena da população, são heróis, que saem de casa todo dia, para a nossa segurança nossa proteção, se expondo para nos proteger, mas sim, em todas as profissões tem alguns que não são legais, eu também como funcionária pública (agora aposentada) já sofri preconceito, da pessoa vir falar com você aos gritos, por achar que todo funcionário não presta, não cumpre horário, inclusive uma vez escutei falarem que éramos todas bis.....te., beijos, Emília.

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