terça-feira, 28 de março de 2017

Estudando o amor ! (revisado)



Um mestre me disse uma vez (ele sempre fala) que a maioria das pessoas ama, gosta, adora, aceita aquela pessoa que diz sim! 
Quem faz tudo pelo outro!
Ele dizia: experimente, fale não!
Deixe de aceitar fazer coisas! 
Aí verá se ela te ama (a outra pessoa!).
(Aliás, diga de passagem como é difícil dizer não para muitos de nós... ter a coragem de dizer não! E abrir mão dessa aceitação !! Desse conforto de dizer sim e agradar, não é ? Difícil...)



Realmente temos muito o que aprender sobre amor, sobre amor incondicional... por enquanto, na nossa evolução, o “amor” é uma troca!
Os relacionamentos se mostram como uma troca! 
Um negócio! 
Você me dá, faz coisas para mim...e eu retribuo!




Que pelo menos as trocas sejam justas: você dá carinho, respeito, atenção, amor, prazer... e recebe de volta!
Agora quando nem reciprocidade se tem, quando não há contrapartida, fica difícil nós humanos, egoístas, orgulhosos, aceitarmos... pois somos mimados! 
Somos exigentes.



Então amar "apesar de" é mais que desafio!
É quase uma utopia para a humanidade, no nosso atual momento de evolução!
Talvez o amor aqui na terra mais próximo do perfeito seja o "amor de mãe".



Que muitas vezes realmente ama "apesar de"! 
Incondicionalmente!
Pegue por exemplo uma mãe de uma criança especial ou com síndrome de Down, por exemplo! 
Talvez seja mesmo o amor mais evoluído que existe no planeta!
Ama "apesar de qualquer coisa" o seu filho!
Mas veja, mãe é ser humano!
E como é humana, sonha com retribuição, ou gratidão... (mesmo que inconscientemente espera reconhecimento!) e por vezes até se faz de mártir, reclama a falta de reconhecimento!
Mas nem essa falta de reconhecimento não a faz deixar de amar! Ela reclama, mas ama!
Se faz até de vítima (para manipular, dominar, ter reconhecimento e gratidão, que a obedeçam, que faça do jeito que ela quer...), mas ama!
Incondicionalmente (quase!).
“Amor de mãe” talvez seja o mais perfeito amor que se acha na terra. Ou um dos mais...


Talvez seja por isso que nos relacionamentos o "homem" procura a mãe na sua mulher, nas suas mulheres! 
Porque a imagem de "mãe" associada à mulher é muito forte! (me lembrei de Freud, com seu "Édipo").
A esse sentimento de aconchego, de abastecimento, de suprir suas necessidades (até sua fome... fome de viver, fome sexual, fome emocional... vê na mãe o suprimento de todas as suas carências!).
E é esse amor que ele busca, que ele precisa!
O amor de quem vem para suprir suas carências!


Mas egoísta (e mal acostumado com a mãe) ele quer para ele esse amor, mas muitas vezes não está disposto a dar esse amor!
Provavelmente por não ter aprendido a dar esse amor!
Só aprendeu a receber!
Pode não ser culpa dele!
Sim, o amor é a energia motriz do universo! 
Mas ainda não é algo que tenhamos entendido muito! 
Que tenhamos experienciado! Aprendido!
Ainda queremos muito receber....sem dar ou dando pouco!
Talvez o maior desafio não seja amar apesar de, e sim amar, dar sem se preocupar em receber!


Isso sim é um amor elevado! Maduro! Diria até espiritual!
Estamos preparados para dar sem nos preocupar em receber?
Em fazer algo sem esperar contrapartida? 
Um retorno? Reconhecimento? 
Ou até culpa? (para a pessoa fazer algo por nós por culpa? não por vontade? Entrando no esquema de manipulação? Sim, porque só há a manipulação se existe manipulador e manipulado!).
Será esse amor desinteressado utópico? Será mesmo que existe fraternidade? Altruísmo? Será? Ou a peculiaridade mesmo dos relacionamentos humanos é a troca?
Aí a gente estuda, analisa...se é uma troca, então me sinto bem com (porque me agrada), gosto  (porque faz as coisas do meu jeito), adoro (porque até aprendeu a gostar das minhas coisas), me faz bem (porque não confronta meu ego e não me diz não!)... mas será que amo? De verdade?
Apesar de? Será que amo? Será que amei um dia?
Talvez amar não seja a utopia!


Talvez não seja impossível e desafiador!
Talvez dar sem se preocupar em receber o seja!
Talvez o desafiador seja confrontar nosso ego dominador, nosso orgulho limitante e ameaçador.
Talvez tenhamos entendido tudo errado na frase: “amar ao próximo, como a si mesmo”, pois para amar o próximo, precisamos nos amar primeiro!
E se nos amamos, se somos completos, não somos a “metade” do outro!
Não complementamos o outro!
Não suprimos o outro!
Não queremos suprir as carências do outro, para que ele supra as nossas!


Que a gente então se resolva!
Esteja inteiro!
Se amando!
Se aceitando!
Para amar o outro!
Amando apesar do não, do mau humor, das dificuldades e limitações!
Amar apesar de... e amar simplesmente por amar!
Talvez essa seja a chave da evolução (e o motivo) de nossa estada no planeta: APRENDER A AMAR DE VERDADE!
Nós chegaremos lá...

- Mauricio Franchi - Veeresh Das -




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